Findado o período de gestação, o supremo deus começou a sentir terríveis dores de cabeça, pois, enquanto a Justiça não nasce, elas são inevitáveis.
Desesperado e no limite, Zeus ordena ao ferreiro divino Hefestos (Vulcano) que lhe abra a cabeça. Mesmo a contragosto, com técnica e precisão, desferra-lhe o machado de ouro certeiro e todos se surpreendem ao verem surgir, imponente e armada, pronta para a guerra, a deusa Palas Athena.
Palas significa "a donzela", pois a poderosa filha pede ao pai para manter-se sempre virgem e, desta forma, impor-se com a autoridade de quem não se deixa seduzir ou corromper.
1 - Athena já nasceu fortemente armada, pronta para a guerra e empunha em sua mão uma espada longa e afiada. Mas o combate da deusa grega é diferente da guerra do bélico deus Ares. Na mitologia grega, Ares, é o cruel deus da guerra, da carnificina. Individualista, não titubeia em impor sua caprichosa vontade a quem quer que seja. Enaltecido pelos Romanos, impulsivo, Ares é um deus de caráter epimetéico: primeiro age, depois pensa.
Pensar é atividade da mente, do elemento Ar, este sim, distingue os homens das bestas. Daí a prudente razoabilidade de Athena ser tão necessária à manutenção da ordem (Cosmos) e à evolução do espírito humano.
2 - Athena carrega, no peitoral de sua armadura a cabeça de Medusa, a rainha das Górgonas. Antes de merecer o apoio de Athena, todo mortal deve encarar o símbolo da decadência espiritual (a vaidade). Somente assim têm-se certeza de que sua reivindicação não oculta outra intenção, ou seja, não é capricho, teimosia. Ante a imagem da Medusa, quem busca a deusa clamando por justiça tem somente duas possibilidades: contar com sua proteção (vitória certa), se já passou pela prova da Medusa, ou imobilizar-se no pânico e petrificar-se.
3 - As aves, por serem consideradas os seres mais próximos dos deuses, foram, conforme suas características e atribuições, associadas a eles. À atenta coruja coube a companhia da sábia Athena. A coruja, símbolo de uma vigilância constantemente alerta, enxerga nas trevas. Enquanto os homens dormem, ela fica acordada, de olhos arregalados, banhada pelos raios da sua inspiradora Lua. Vigiando os cemitérios ou atenta aos cochichos no breu.
Fazendo analogia da Deusa Athena com a Policia Federal, concluí que o jeito de enfrentar o inimigo é bem parecido. Busca-se primeiro conhece-lo, usando a inteligência e a observação e, quando identificado, é punido com severidade e justiça pelo braço forte que segura a espada.
Ambos, também se assemelham no modo de identificar os corruptos e puni-los, bem como, no modo como defender aquele que se mostra inocente e incorruptível.
É por essas e outras que busco a carreira, a instituição. Sempre em busca de algo maior.