Hoje acordei mais antiguinha. Chegaram dois novinhos aqui pra trabalhar com a gente. Mais novinhos do que eu e, estremeçam antigões que não querem nada com nada, os dois já chegaram assumindo chefia! Quem não faz, leva, tá.
Dois agentes: um do sexo masculino e uma do sexo feminino. Esta, também é natural do Estado em que nasci. Vieram a fim de substituir o pessoal que estava querendo sair. A chegada de novos agentes significa que eu terei a preferência quando quiser pedir pra trabalhar noutro local. Eu, meditando... sob arrepios de antiguidade.
A Dama de Ferro também aproveitou a "dança das cadeiras" e assumiu uma chefia de ferro na polícia, longe daqui. Eu acho que ela é a primeira mulher a assumir um posto desses. E toda a Terra se alegrou. Porém, para o lugar dela veio um outro delegado muito queimado no quesito relacionamento com os subordinados. Houve choro e ranger de dentes. Como eu conheço a minha tropa, já tratei de investigar. Mas a única coisa que percebi é que o cara é exigente. Bom, exigente eu também sou. Se fosse só isso, a gente iria se dar muito bem.
Só que, ele deixou bem claro que não quer a amizade de ninguém, mas competência. Fico pensando, por que não os dois? Por que eu não posso ter razão e ser feliz concomitantemente? Porque o chefe-sem-amigos disse que é assim que vai ser. Ótimo, então também não sou eu quem vai passar a mão na cabeça dele, ora essa.
Na primeira missão importante (e cheia de cascas de banana) que ele passou pra mim, eu amarrei todos os detalhes pra que depois ele não me venha acusar de incompetente, de desidiosa, de irresponsável. Essas coisas que os chefes carreiristas e amantes das estatísticas fazem e nos causam tanto mal. Se o padrão de qualidade dele é alto, o meu será Pico Everest Level. Sério, vou deitar o cabelo.
Tanto que meu relatório foi ilustrado com fotografia profissional, desculpa, ok? Chamei o meu antigo e querido ex-chefe aposentado, Roger Murtaugh, pra me dar uma mão. Ele veio vibrando (o trabalho dele na iniciativa privada, não decolou, infelizmente...) Relatório pronto, mandei para o novo chefe-sem-amigos. In relatorium veritas ipsis literis... Mas não era mesmo, o tipo de verdade que ele queria ler ali. Tô nem aí! Latim combina demais com esse meu novo estado de antiguidade policial. Obrigada.
Com essa experiência, aprendi uma coisa importante. A polícia não é dos espertos, nem dos delegados, nem dos bairristas, nem dos antigões, nem dos puxa-sacos, nem dos mais competentes e preparados. A polícia é de quem tem amigos.
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Às vezes sinto que a minha carreira policial está muito acelerada. Essa história de eu chefiar operações... Sou nova demais, amigos, muito inexperiente pra esse tipo de coisa. Aí, hoje, fiz as contas e descobri que tenho sete convites recém recebidos:...
Sabe o que as mulheres policiais mais fazem no vestiário feminino? Choram. Choram porque querem um amor; choram porque querem outro amor; choram porque não são reconhecidas; porque não são correspondidas; choram quando não conseguem atingir...
Essa foi "A" missão do século!!! E eu acho horrível essa expressão "A-nãoseiquelá do século", mas deu vontade de revelar, em neon, a minha fome de êxtase, como se escrevesse a frase em algum...
Eu me lembro que o Agente Roger Murtaugh foi meu professor na Academia. É um antigão que esbanja classe. O cara é um gentleman! Além de temperar a aula com comentários perspicazes, ele se vestia impecavelmente bem e foi extremamente...
Melhor ter sofrido um trote daqueles que demonstram logo o "tipo sanguineo" do "sangue novo" que chega na polícia, a ter que aguentar essa mulher. Mais velha e mais antiga na casa que eu, ela implica dia e noite com meu sotaque, desaprova meu estilo...