Hoje concluí minha rápida participação num trabalho de segurança de uma dignitária. É claro que gostaria de trabalhar nessa atividade sempre que houvesse chance. Sou filha da cultura metropolitana e afinal, quem não quer passar a noite em hotéis caros, frequentar restaurantes e outros ambientes sofisticados, desfilar em terninhos finos e carrões bacanas pela cidade e ainda por cima a trabalho? Porém, vamos conter a empolgação, porque essa atividade é um privilégio para pouquíssimos policiais. Só tapei buraco de alguém que está de férias e adorei ouvir o delegado dizer alguns dias antes da operação: "Manda a Novinha porque eles precisam de uma mulher na equipe". Mesmo assim, tenho a sensação de que acabo de fazer uma prova e estou esperando os resultados. Já era tempo de aprender coisas novas. Talvez pelo fato de ter sido minha primeira experiência nisso, ouvi com humildade os colegas arrogantes e irritados da equipe me fazeram um milhão de recomendações um tanto quanto óbvias. Coisas relativas a protocolo, postura formal e discreta, e dicas como "só fale com ela se ela falar com você ou só fale o estritamente necessário". Enquanto eles falavam eu me imaginava contando piadas pra ela, rindo alto e fazendo imitações idiotas. Mas depois, confesso que fiquei um pouco tensa. Tem todo um glamour, um apelo heróico, uma estética plástica, um belo balé de sincronismo, holofotes, flashes, câmeras... Pude até sentir um gostinho suave de ação! Isso vicia...