Policial
Sr. e Sra. Má Reputação
Às 10 horas em ponto eu chegava toda produzida ao local indicado, conforme combinamos. Um hotel vinte estrelas nesta cidade. Pensei em telefonar, mas ele já estava fazendo o
check in na recepção. De relevante, notei sim, a aliança que brilhava na mão esquerda desse colega policial assinando a ficha, mas não percebi mais ninguém conhecido na cena. Ótimo! Fico imaginando onde aprendi a correr esses riscos que parecem saltar na minha frente. Deixa. Tomamos o elevador. Como ele tava lindo! Que transformação! O surfista penteado e barbeado. Aquele cheiro macio e cremoso pós-barba. E mesmo sem olhar eu sabia onde estavam os olhos dele, por óbvio. Um silêncio que dava pra ouvir a respiração do outro e ele masca um chiclete de menta. Eu só encarava o chão, castamente, e contraía os músculos mandibulares de forma quase involuntária: queria um chiclete... e outra metáfora. Penúltimo andar. A porta do elevador se abriu. Corredor vazio de doer. Ele convidou, "vamos?". E agora? Acabou me convencendo de que ele sabia o que estava fazendo e permiti que ele me conduzisse por caminhos diferentes. Rotas de fuga. Não vou entrar em detalhes, mas posso garantir que aproveitamos bem o tempo para fazermos tudo o que aquela urgência exigia de nós... na piscina, na cobertura, nos restaurantes vazios, na sala de ginástica, na garagem, nas escadas de emergência, nos elevadores, etc. Não é exagero. Não podia imaginar que havia tantos detalhes interessantes num hotel! Saímos de lá juntos, três dias depois, exaustos devido às noites mal dormidas... E assim temos mais uma segurança de dignitários para o meu currículo. Dessa vez fiquei na equipe fixa do hotel. Trabalho, sim, vocês estavam pensando o quê? É assim mesmo que funciona: Uma
very important person de fora, que tenha direito à nossa segurança, chega à uma cidade e é escoltada pela equipe móvel. Segue para um hotel bem legal. Claro que antes dela chegar uma equipe já fez todo o plano de segurança e levantamentos de inteligência, outra equipe já fez a varredura eletrônica (contra espionagem, escutas, captação de imagens) e anti-bombas na suíte VIP e adjacências. É sério! Daí a equipe de segurança fixa passa a se responsabilizar pela segurança do dignitário naquele hotel e a gente vai se revezando na porta da suíte VIP enquanto ele estiver na cidade. No meu turno, eu sou a responsável pela vida, pela segurança física e até moral da autoridade que descansa. É importante estar preparada para qualquer situação. Me senti tão profissional! E quase pude ouvir meu pai a dizer: "Filha, pode ser ótimo como experiência, mas péssimo pra reputação". Vida irônica.
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