Mulher e ponto.
Policial

Mulher e ponto.



O primeiro homem que me chamou de "novinha" não era policial. Era o tipo "partidão absoluto", daqueles que roubam a cena e monopolizam as atenções em qualquer reunião social. Ele tinha 25 anos e uma família ultra tradicional vivendo no interior do meu Estado. E eu tinha 15 aninhos e uma certeza juvenil de que aquele era "o homem da minha vida". E a gente conversava, trocava umas cantadas imperfeitas, elogios insinuantes entre sorrisos intensos e olhares indefinidos. Era uma linguagem pura e bonita de sedução. E só ficava nisso.

Até que numa bela noite de lua cheia e cheiro de árvores ele veio com um olhar animal e aquela pegada firme de quem avisa: "Eu vou te engolir inteira!" e eu, com experiência "zero km", me assustei e dei o passo para trás mais tímido de toda a minha existência como quem pede "Hold on, cowboy". E isso foi tudo. Foi o mais perto dele que consegui chegar. Graças a Deus, porque dias depois, ao tentar engatar novamente a primeira marcha, tomei um fora tão intempestivo e tão dolorosamente descomunal que até hoje trago a cicatriz. O motivo? Eu era "muito novinha" pra ele... Tudo bem que perdi o chão, o rumo de casa e fui parar no inferno, mas hoje, sei que o trauma poderia ter sido bem pior.

Atualmente são necessárias algumas horas de carro na estrada para chegar à minha cidade. É lá que vivem meus familiares, meus grandes amigos e o meu passado. Soube que "o partidão" se separou da mulher. E ele também já sabe que o meu coração agora tem dono. Então, ninguém se esbarra a não ser quando a vida resolve aprontar das suas. Num desses feriados prolongados na minha cidade, eu contava empolgadíssima as minhas "aventuras policiais", feito gente grande, numa roda de amigos onde, em meio a muita risada, choviam essas perguntas curiosas e ninguém piscava pra não perder o fio da meada... Era eu me sentindo de alguma forma interessante. E eis que o meu passado resolve aparecer no meio da noite pra me assombrar. A chegada do "partidão" era a deixa para que eu concluísse a minha historinha e evaporasse dali resignada e obediente, como manda a etiqueta do mais fraco... Mas dessa vez foi diferente. O presente me era tão mais pulsante e atraente! Eu estava tão bem, tão feliz e com tantos amigos querendo saber tudo sobre como era na polícia, e como é que eu fazia e não sei mais quê... que minha respiração foi se acalmando e eu fui ficando! O "partidão" entrou... veio me cumprimentar de um jeito que não era o seu, mas que me pareceu adequado, e até participou daquela sabatina de amigos! Cara! Vocês precisavam ver o jeito disfarçadamente espantado e surpreso como ele me olhava... Foi naquela noite que vi nos olhos dele como aquela guriazinha tímida de 15 aninhos cresceu e se tornou uma mulher. Até sonhei que estava cantando "Baba, baby, baba" pra muita gente esnobe na polícia que ainda me chama de "Novinha".



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