Orgulho e preconceito.
Policial

Orgulho e preconceito.



Já teve a sensação de que tinha alguém te seguindo? No meu caso, tinha mesmo. Ainda na fase do concurso, eles foram ao meu trabalho anterior e entrevistaram meu chefe sem explicar o motivo de tantas perguntas. Esse meu chefe antigo disse que respondeu tudo bonitinho, mas sem entender nada. As vizinhas da mamãe também contaram pra ela sobre umas perguntas que eles fizeram. E isso é tudo o que sei sob a investigação social feita a meu respeito. Mas imagino que jogaram meu nome em todos os sistemas de informação possíveis e foram aos lugares básicos e óbvios para se fazer algum levantamento sobre a vida de uma pessoa. E como não encontraram nada negativo, se deram por satisfeitos. Minha mãe ainda conta essa história com muito orgulho.

Não vou negar que foi meio constrangedor à época em que soube dessas visitas. Ninguém se sente à vontade com o Estado revirando sua vida particular, mas faz parte do concurso policial, então muita calma nessa hora. Inclusive defendo a investigação social com unhas vermelhas e dentes cerrados. É que para entender a polícia você precisa perceber que nada aqui é assim, tão cartesianamente simples. Há quem jure que o crime organizado tem seus tentáculos em lugares que a gente nem imagina. Portanto, a contra-inteligência da polícia trabalha para mim. Só acho que deveriam fazer o mesmo no Congresso, por exemplo.

Por outro lado, há também muita lenda sobre o tema. É claro que não vão derrubar um candidato por conta de um cheque que voltou... Não obstante, observe que, num planeta muito distante, um agente que passou no concurso para o cargo de delegado teve uma triste surpresa ao constatar que a seu lado havia um outro aluno, ex-presidiário condenado por tráfico de drogas, sub júdice, que havia sido preso por ele mesmo (o aluno conseguira se matricular na academia graças a uma decisão judicial liminar).  Gozado, não é? Eu não acho. Sei lá como terminou essa história, mas sei que se o ex-bandido entrou em exercício, é um delegado que dispensa informantes.

Já este outro caso, parece coisa do FBI ou da Gestapo... mas não, é uma outra lenda da famosa polícia de Marte. Um já aluno da academia que se chamava mais ou menos Mohamed Ali, ou Mohamed Laden, uma coisa assim, chamou a atenção por ser um estrangeiro naturalizado marciano. Como a lei daquele planeta não preconizava que o candidato deveria ser marciano nato para ser policial, não havia motivo legal para desligá-lo do certame. Contudo, é claro que deram um pente fino no rapaz e vendo que ele não tinha piolho e nem uma lendeazinha sequer, este ser de outro planeta presta serviço até hoje num setor onde ele é especialista nato.





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